Humberto Delgado

17 de abril

O historiador António Araújo escreve o retrato político de Humberto Delgado, "O General Sem Medo", o corajoso militar que desafiou a ditadura do Estado Novo ao candidatar-se à presidência em 1958. Com a célebre frase “obviamente, demito-o”, tornou-se um símbolo da resistência democrática em Portugal. Esta biografia revela o homem por trás do mito, a campanha que abalou o regime, a perseguição política e o trágico desfecho da sua luta pela liberdade, culminando no seu assassinato pela PIDE.

- António Araújo

António de Spínola

24 de abril

O escritor Bruno Vieira Amaral escreve o retrato político de António de Spínola, figura central tanto na queda do Estado Novo como no 25 de Abril. Herói da Guerra Colonial, autor do controverso livro Portugal e o Futuro e primeiro Presidente da República pós-Revolução dos Cravos, Spínola teve um papel inquestionável na transição para a democracia. Esta biografia revela os dilemas, confrontos e ambições de um militar que tentou guiar o país num momento crítico, entre o conservadorismo e a mudança inevitável.

- Bruno Vieira do Amaral

Diogo Freitas do Amaral

01 de maio

O jornalista e ensaísta Joaquim Vieira escreve o retrato político de Freitas do Amaral, um dos mais influentes políticos e intelectuais portugueses do século XX. Fundador do CDS, ministro, professor e candidato à Presidência da República, Freitas do Amaral marcou a transição democrática em Portugal com visão europeísta e compromisso com os valores da justiça e da cidadania. Esta biografia revela os bastidores da política, os desafios pessoais e o legado de um homem que ajudou a moldar o Portugal contemporâneo.

- Joaquim Vieira

António Ramalho Eanes

08 de maio

A jornalista Isabel Tavares escreve o retrato político de António Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República eleito após o 25 de Abril. Militar respeitado e figura de equilíbrio, liderou o país num período de instabilidade, defendendo a democracia nascente com firmeza e sobriedade. Esta biografia explora o seu papel na consolidação do regime democrático, os desafios políticos que enfrentou e o legado de integridade e serviço público que marcou a sua carreira.

- Isabel Tavares

António de Oliveira Salazar

Salazar foi um génio político como raramente houve em Portugal. O que conta para esta avaliação, que se pretende objetiva e não tem que ver nem com uma adesão ao salazarismo nem com a sua rejeição, é a forma como ascendeu ao poder, como o estabilizou e consolidou e como o manteve durante décadas. A sua longevidade na chefia daquilo que cunhou como «Estado Novo» nunca teria sido possível sem a ativa proteção do vasto aparelho repressivo que montou, desde uma feroz polícia secreta à proibição de partidos e da sua propaganda, ao condicionamento dos atos eleitorais, à censura ou à criação de leis de exceção para colocar e manter os adversários na prisão. O ditador soube manter a rédea curta sobre os portugueses com a folga suficiente para que não fossem tomados pela ânsia da revolta coletiva. Não foi apeado por uma revolução, mas pela queda de uma cadeira.

- Joaquim Vieira

Marcello Caetano

É frequente dizer-se que o consulado de Marcello Caetano - de Setembro de 1968 a Abril de 1974 - foi marcado por dois tempos, um allegro primaveril, prenhe de expectativas e optimismo, e um adagio outonal, carregado de desilusões e de sombras. A expressão «Primavera marcelista» foi, de resto, cunhada e amplamente utilizada para caracterizar os primeiros tempos de Caetano, que uma idosa de província, depois de ser cumprimentada por ele numa das suas incursões pelo país, terá dito, expressivamente, «este Salazar é mais simpático do que o outro!». Afirmação que, na sua ingénua sabedoria, acabava por resumir o drama de Marcello, pois, reconhecendo a sua maior simpatia, acabava por revelar que, no imaginário do país, do povo e das elites, era tal a marca e a carga de Salazar que o nome deste se confundia com a própria ideia de governo da nação.

- António Araújo

O autor escreve segundo o anterior Acordo Ortográfico

Álvaro Cunhal

As biografias devem incluir as dimensões pessoais e íntimas que tenham significado e relevância na actividade política para assim se assumirem como construções narrativas coerentes e abrangentes. No caso de Álvaro Cunhal, a relutância alimentou mitos e lendas que ameaçavam a própria verdade histórica. Nesse sentido, os depoimentos dos seus familiares mais íntimos e dos amigos mais próximos constituem-se como fontes históricas que permitem traçar novas dimensões da sua personalidade. Se as fontes escritas revelam o pedido de exílio ao Estado Novo, são as fontes orais que permitem reconstituir a vida quotidiana na União Soviética com a companheira e a filha. Esta reedição biográfica inclui também um conto inédito, consolidando assim a relevância da literatura de ficção de Álvaro Cunhal para reconstituição de quadros mentais de época e de contextos políticos e sociais concretos.

- Adelino Cunha

Francisco Sá Carneiro

Estas são páginas sobre como um advogado e activista católico entrou na política em 1969, para mudar a ditadura por dentro. Não é um livro sobre os amores de Francisco Sá Carneiro, nem sobre as circunstâncias trágicas em que morreu, no final de 1980. Sim, também aqui estão esses momentos da sua vida, como quando festejou o 25 de Abril com champanhe. Logo a seguir, ajudou a criar o Partido Popular Democrático. Foi o primeiro líder do PPD, que viria a mudar de nome para Partido Social Democrata. Lutou contra a tomada do poder pelo Partido Comunista Português, assumiu-se ao lado dos vencedores do 25 de Novembro de 1975. E criou em 1979 uma coligação pré-eleitoral com centristas e monárquicos, conseguindo vencer logo as legislativas com maioria absoluta. Foi primeiro-ministro durante menos de um ano, até morrer a bordo de um avião. É um dos políticos mais marcantes do século XX português.

- João Pacheco